Mensajepor rickymansella » Jue Oct 10, 2013 12:26 pm
Venda de ativos da Solvay entra na reta final
Por Stella Fontes
O processo de venda de dois ativos de PVC da Solvay Indupa entrou na reta
final, com o fechamento do "data room" (período de consulta a dados
econômicos, financeiros e contingências) da operação, apurou o Valor. Com
isso, o grupo belga Solvay, que está vendendo sua participação majoritária de
70% na Solvay Indupa, deverá receber propostas firmes pelos ativos nas
próximas semanas, em operação que poderia movimentar entre US$ 600
milhões e US$ 800 milhões.
A brasileira Braskem, maior petroquímica das Américas, e o grupo mexicano
Mexichem, dono da marca Amanco, já oficializaram o interesse no negócio, que
engloba duas fábricas, localizadas em Santo André (SP) e em Bahía Blanca, na
Argentina. A expectativa, segundo fontes da indústria, é a de que a operação
seja concluída ainda em 2013.
O grupo Solvay anunciou, em 14 de fevereiro, que colocou à venda sua
participação majoritária na Solvay Indupa SAIC, produtora de PVC, cloro e soda
cáustica listada na Bolsa de Comércio de Buenos Aires. A Solvay Indupa
também tem em seu quadro acionário o governo argentino - outra parcela das
ações está no mercado.
Em 2 de setembro, em comunicado à bolsa de Buenos Aires, a Solvay Indupa
informou que, até aquele momento, a Solvay S.A. ainda não havia recebido
"oferta vinculante de compra", em processo que tem o HSBC France como
consultor financeiro, e destacou que as opções estratégicas relacionadas aos
ativos não estavam limitadas à "venda do pacote acionário a um comprador
estratégico".
Procurada, a Solvay informou, por meio de assessoria de imprensa, que "não há
novidades e o grupo continua conversando com empresas interessadas".
A Mexichem lembrou que apresentou uma oferta financeira, em 5 de março,
pelas operações de PVC da Solvay no Brasil e na Argentina. "Por questões
estratégicas a Mexichem não comenta sobre o tema."
A Braskem, tida como favorita na disputa por fontes do setor petroquímico
devido ao papel consolidador que desempenha na indústria nacional, reiterou
que está "participando do processo competitivo de venda dos ativos", conforme
anunciado em 3 de setembro.
Em entrevista ao Valor, no fim de setembro, o presidente da petroquímica
brasileira, Carlos Fadigas, disse que há interesse da companhia nas duas
unidades da Solvay Indupa. Enquanto a fábrica paulista está situada em um
importante mercado para a resina, a unidade na Argentina representaria a
entrada da Braskem na indústria local de PVC, uma vez que hoje a companhia
conta apenas com escritório comercial no país.
Já o principal executivo da Mexichem, Antonio Carrillo, disse em maio que faz
parte da estratégia do grupo "a integração vertical" de todas as cadeias - e os
ativos da Solvay complementariam esse processo no país.
No Brasil, a Solvay Indupa tem capacidade instalada de cerca de 300 mil
toneladas anuais de PVC, o que corresponde a aproximadamente 30% da
produção nacional da resina. A Braskem produz outras 700 mil toneladas por
ano, capacidade alcançada após o investimento de R$ 1 bilhão na nova fábrica
de Alagoas, inaugurada em meados de 2012.
Na Europa, a Solvay e a Ineos anunciaram em maio planos de fundir as
operações de PVC em uma joint venture, com participações idênticas de 50%.
No mês passado, as empresas submeteram à Comissão Europeia um pedido de
autorização à operação, sob as regras de concorrência. Até que obtenham todas
aprovações, Solvay e Ineos estão conduzindo os negócios separadamente.