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19/02/2013 - SINDICAL
Trabalhadores da Solvay fazem protesto
Por: Michelly Cyrillo (
michelly@abcdmaior.com.br)
Trabalhadores se unem em protesto na manha desta terca-feira. Foto Adonis Guerra
Venda da unidade andreense preocupa a todos
Os trabalhadores da Solvay Indupa, em Santo André, realizaram um protesto pacífico na manhã desta terça-feira (19/02). O Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC, explicou que o ato foi para chamar a atenção da população para a venda da fábrica e a luta pela permanência do funcionamento da unidade.
A manifestação, batizada de "trancaço", aconteceu das 6h às 9h30. A empresa fica às margens da rodovia Deputado Adib Chamas, altura do km 42, entre Rio Grande da Serra e o Distrito de Paranapiacaba, em Santo André. Atualmente na unidade trabalham 1.200 funcionários, sendo apenas 380 deles com vículos diretos com a Solvay Indupa. A companhia atua no segmento de soda cáustica e PVC e a principal concorrente é a Braskem.
Brasil e Argentina - Na quinta-feira (14/02), o grupo Solvay anunciou a intenção de vender sua participação na Solvay Indupa. A companhia tem fábricas em Santo André, no Brasil, e no Polo Petroquímico de Baía Blanca, na Argentina.
“Esta fábrica corresponde à 6% da receita de impostos de Santo André. A maioria dos trabalhadores tem mais de 15 anos de empresa, com empregos de qualidade e não temos uma indústria petroquímica em cada esquina para recolocá-los no mercado de trabalho. Se esta unidade fechar, será um prejuízo aos trabalhadores e ao município”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Químicos, Paulo Lage.
Venda - A Solvay Indupa confirmou a intenção de venda do Grupo e informou que essa decisão não afetará as suas atividades industriais e comerciais na comprometendo-se a operar normalmente para atender os clientes nos mercados em que seus produtos são utilizados. A empresa não divulgou quais os interessados na compra e nem qual o prazo para concluir as negociações de venda.
Lage afirmou que busca reunir esforçou com representantes da política do município e do governo federal para manter a fábrica produzindo. “O prefeito (de Santo André) Carlos Grana já esta ciente e afirmou que irá fazer o possível para manter a fábrica. Nesta terça-feira a câmara dos vereadores também devem fazer uma menção sobre o assunto e já pedi apoio do governo federal e de parceiros internacionais. Não importa quem comprar, o que importa é manter o funcionamento e os empregos”, afirmou Lage.
O protesto terminou por volta das 9h30 sem nenhum incidente ou confusão. A Policia Militar Rodoviária esteve presente apenas para orientar o trânsito já que boa parte dos veículos que entrariam na empresa ficaram parados no acostamento da rodovia durante o ato. A unidade da Argentina em breve deverá realizar um ato semelhante. A empresa não se manifestou sobre o assunto.
Sentimento de tristeza - Os trabalhadores começaram a chegar ás 6h e escutavam com atenção os sindicalistas a respeito da venda da fábrica. Carros, ônibus e os caminhões foram também impedidos de entrar na unidade por conta de uma barricada de pneus em frente ao portão. A intenção do sindicato foi reunir o maior número de funcionários e expor o cenário da transição.
De acordo com o sindicato são aproximadamente 800 funcionários terceirizados de diversos setores como manutenção, refeitório, laboratório, entre outros. As mulheres correspondem a 10 % do quadro total de empregados.
Os funcionários explicaram que foram comunicados sobre a possibilidade de venda pela direção da empresa por e-mail na manhã de quinta-feira passada, antes da noticia ser divulgada para a imprensa. No final da tarde do mesmo dia, os diretores fizeram uma reunião com os trabalhadores para expor o assunto.
Férias - Carlos de Moraes, 47 anos trabalha há 22 anos no setor da contabilidade, retornou de férias na segunda-feira, e foi surpreendido com a notícia. “Minha carreira dediquei à empresa. Já tenho uma idade avançada, esperamos que o comprador mantenha o funcionamento e os nossos empregos. Estou arrasado com esta notícia mesmo já aguardando por isso há algum tempo porque a empresa não investe nesta planta há muitos anos”.
O colega de trabalho de Moraes que também é do setor de contabilidade há 17 anos, Crispim Martins Gomes Filho, 37 anos tem esperança de que a venda da fábrica não altere a rotina da família. Casado e com três filhos entre 6 e 15 anos, explicou que é o emprego na Solvay Indupa que sustenta a casa. “Estamos preocupados já que eu mantenho as despesas da família. Tenho filho pequeno e esta fábrica faz parte da minha história", admitiu.
Já Jurandir Pereira Santos 27 anos, trabalha há três anos como terceiro no setor de manutenção e contou a apreensão dos colegas em relação a esta transição. “ Os terceiros são os primeiros a terem os contratos cancelados. Estamos todos com medo. Não contei ainda para minha esposa para não preocupá-las, mas confesso não tirar esse assunto da cabeça”.
O diretor do Construmob (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Mobiliário) de Santo André, Carlos Alberto Menegatti, o Carlão, participou do ato para apoiar os 150 trabalhadores da área da construção civil que atuam no setor de manutenção da fábrica. “ Viemos apoiar o protesto e iremos auxiliar no que for preciso”.
História - A Indupa foi fundada na Argentina em 1948. No início da década de 1990 a companhia foi privatizada e consórcio de empresas a adquiriu. Em 1996, o Grupo Solvay comprou 51% das ações da Indupa dando origem ao novo nome Solvay Indupa.
Já no Brasil Solvay chegou em 1941, instalando-se no município de Santo André, com o nome de Indústrias Químicas Eletro Cloro. Na ocasião, produzia soda cáustica, cloro e hipoclorito de sódio. Em 1956 iniciou a produção de PVC, em 1958 compostos de PVC e a de polietileno de alta densidade em 1962. Em 1972, a Solvay ingressou no ramo petroquímico com o Copamo (Consórcio Paulista de Monômero) e, em 1989, adquiriu a Brasivil Resinas Vinílicas, integrando-a em suas unidades de fabricação de PVC.
Em 1991, adotou o nome mundial do Grupo, passando a se chamar Solvay do Brasil S.A. Em 1998, a Solvay Indupa SAIC adquiriu os negócios de cloro, soda e PVC da Solvay do Brasil, formando a empresa Solvay Indupa do Brasil S.A.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Químicos do ABC, a unidade andreense é maior do que a planta da Volkswagen em São Bernardo. No passado contou com uma vila de trabalhadores e hotéis para hospedar os empresários dentro da unidade. Porém, para diminuir o pagamento de impostos prediais a empresa demoliu esses pontos inclusive a capela.
Há alguns anos a empresa pleiteava autorização da Prefeitura para expandir a unidade para o setor de química verde, mas o sindicato informou que após os cálculos a Solvay Indupa desistiu do investimento. “ O produto seria extrair etanol como matéria-prima através da cana de açúcar, mas custaria quatro vezes mais do que a do concorrente. Por isso, apesar do aval da prefeitura ter saído há pouco tempo, esse projeto já estava suspenso”, explicou o presidente do sindicato, Paulo Lage. A Solvay Indupa não comentou sobre os projetos de investimento no local.