A semana será decisiva para que a Procuradoria Geral da República defina se denunciará ou não o presidente Jair Bolsonaro por corrupção passiva privilegiada, obstrução da Justiça e advocacia administrativa, informa o jornal Folha de S. Paulo. O presidente é investigado por tentativa de interferência na autonomia da Polícia Federal.
O inquérito que investiga as acusações do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, tomará depoimentos de Alexandre Ramagem, que Bolsonaro tentou levar para o comando da PF; três ministros de Estado; seis delegados; e uma deputada federal que trocou mensagens de aplicativo com Moro. Além disto, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) pode decidir pela divulgação de um vídeo polêmico de uma reunião ministerial, na qual o presidente teria ameaçado Moro de demissão se o então ministro não trocasse a cúpula da Polícia Federal.
Em caso de denúncia formal pela PGR, a Câmara dos Deputados deverá votar pelo prosseguimento ou não das investigações. Se votar pelo prosseguimento, o presidente deve ser afastado do cargo por até 180 dias. Questionado ontem sobre um possível, embora ainda improvável, impeachment, o presidente disse que só sairá do cargo em 1º de janeiro de 2027.
Atenção ainda para a expectativa pela possível confirmação do veto presidencial à ampliação das categorias de servidores isentos da proibição de reajustes como contrapartida à ajuda aos estados, que pode sair hoje segundo os jornais.