As ações da Petrobras já abriram o pregão em queda com a notícia de que a presidente Dilma Rousseff resiste a autorizar uma fórmula de reajuste automático de preços de combustíveis, publicada pela “Folha de S.Paulo”. A partir do meio-dia, as perdas se intensificaram após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarar que “a fórmula do reajuste não pode ser de improviso” e que é preciso “uma metodologia que não seja inflacionária, que não indexe a economia”. Ele disse ainda que “quando (a fórmula) ficar pronta será apresentada. Será uma decisão da diretoria (da Petrobras)”.
A reunião do Conselho de Administração da Petrobras que vai discutir o tema está marcada para a próxima sexta-feira. O mercado especula um novo adiamento da reunião, inicialmente prevista para a semana passada. As ações preferenciais (PN, sem voto) da Petrobras caem 5,35%, a R$ 19,27. Os papéis ordinários (ON, com voto) perdem 5,55%, a R$ 18,37.
Segundo Christopher Garman, diretor da Eurasia Group, os investidores estariam se desfazendo das ações da empresa decepcionados. Ele diz que o mercado imaginava que a companhia teria um modelo de reajustes automáticos dos preços dos combustíveis. Ele acrescenta que essa percepção começa a mudar com as declarações do governo.
- Nós ainda achamos que vai ser criada uma regra para reajuste da gasolina, mas não será um mecanismo automático de aumento de preços. O modelo precisa ter uma válvula de escape, ou seja, uma forma de se evitar aumentos de preços em períodos de inflação maior. As declarações do ministro validam essa ideia, até porque a equipe econômica sempre lutou contra os reajustes por causa da inflação - afirma Garman.
Os investidores estrangeiros lideram as vendas das ações da Petrobras, segundo um operador. Os maiores vendedores líquidos de ações são clientes de corretoras como Citigroup (vendas líquidas de R$ 34,5 milhões), UBS (R$ 32,9 milhões), BTG Pactual (R$ 28,9 milhões) e Morgan Stanley (R$ 28 milhões), segundo a Bloomberg News
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