
Triplex de Lula construído pela OAS fica pronto no Guarujá
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Segundo uma imobiliária local ouvida pelo Globo, o apartamento de 297 metros quadrados, à beira-mar, é avaliado entre 1,5 e 1,8 milhão de reais. Ele conta com um elevador privativo que serve os três andares do apartamento. Na declaração de bens do ex-presidente em 2006, quando disputou a reeleição, ele confirmou ter pago naquele ano 47.695,38 reais à Bancoop pelo imóvel.
Enquanto o imóvel de Lula está pronto para ser habitado, mais de três mil famílias associadas à Bancoop não tiveram a mesma sorte. A cooperativa dos bancários levantou 57 empreendimentos, mas 14 estão inacabados. A Bancoop foi fundada em 1996 e tinha o ministro das Relações Institucionais do governo Dilma Rousseff, Ricardo Berzoini, como diretor técnico, e João Vaccari Neto como diretor do conselho fiscal.
Em 2010, reportagem de VEJA revelou que o Ministério Público quebrou o sigilo da Bancoop e descobriu que seus dirigentes lesaram milhares de associados, ao que tudo indica para montar um esquema de desvio de dinheiro que abasteceu a campanha de Lula em 2002. Pessoal ligadas ao PT sacaram ao menos 31 milhões de reais na boca do caixa. Houve, ainda, quebra de sigilo das contas de Vaccari.
Os promotores descobriram que, na gestão do ex-tesoureiro do PT, empresas fantasmas foram criadas para interceptar parte dos 460 milhões de reais captados pela cooperativa ao longo dos anos. Segundo o promotor José Roberto Blat, a cooperativa deu um prejuízo aos oito mil associados de pelo menos 100 milhões de reais. Quebrada, a cooperativa deixou uma dívida total avaliada em 86 milhões de reais.
A reportagem de O Globo ouviu ex-associados que, mesmo depois de terem quitado o imóvel, não receberam as chaves e ainda são alvo de cobranças da Bancoop. A cooperativa pede pagamentos vultosos para que os proprietários possam ter, enfim, as escrituras dos imóveis. Ainda segundo O Globo, a cunhada de Vaccari, Marice Correia de Lima, também é feliz proprietária de imóvel financiado (e entregue) pela Bancoop. No último dia 18, ela foi levada coercitivamente por agentes da Operação Lava-Jaro a depor na Polícia Federal de São Paulo, para explicar por que recebeu 244 mil reais da OAS.